Novo Mundo não tem problema de alagamento por causa dos bolsões de contenção

É só chegar o período de chuva que começam os problemas de escoamento de água em Uberlândia. Como a cidade cresceu muito nos últimos 30 anos, alguns bairros, construídos sem infra-estrutura inicial, são os que mais dão problemas aos moradores. É o caso, por exemplo, do Morumbi, onde há vários pontos de alagamento. Não é o mesmo que ocorre com os vizinhos Novo Mundo, Bem Viver, Vida Nova e Reserva dos Ipês, construídos também na zona leste, em uma área extremamente plana e longa, onde também seria comum as enchentes, se não fosse o planejamento de drenagem pluvial. Esses bairros têm sete bolsões de contenção, graças ao trabalho de planejamento urbano da ITV Urbanismo.

O engenheiro civil Walter Buiatti foi contratado pela ITV Urbanismo em meados de 2007 para fazer o projeto de drenagem do Novo Mundo e bairros vizinhos. Segundo o profissional, os bolsões são cortados no terreno natural e são a opção mais inteligente de se pensar no escoamento de água, tanto pela eficácia, tanto pelo valor baixo, deixando, consequentemente, o produto final mais acessível aos compradores, além da terra retirada poder ser usada na próprio obra. Os bolsões, ainda de acordo com o engenheiro, se comunicam entre si por meio de vasos e, por isso, a água que cai no fim do Novo Mundo sai da mesma forma nos outros bairros. Todos têm a mesma profundidade de cerca de 5 metros e desaguam no córrego Lagoinha. “Quando se faz os loteamentos e impermeabiliza todas as áreas, quando os terrenos são tomados pelas casas, ruas e avenidas, o excedente de água vai correr para os córregos, mas eles não suportam e sofrem erosão e é por isso que foram criados os bolsões”, disse o engenheiro civil Walter Buiatti.

Walter Buiatti presta serviço para a ITV há cerca de 25 anos e é o pioneiro em desenvolver bolsões de contenção em Uberlândia. O primeiro projeto desenvolvido na cidade por ele foi para o bairro Jardim Sucupira. Localizado também na zona leste, o empreendimento próximo ao Parque do Sabiá foi lançado há exatamente 20 anos. “Depois disso, eu fiz alguns para a Prefeitura e faço para as outras empresas, mas a ITV foi a primeira a fazer bolsão em Uberlândia”, disse Buiatti.

Ao todo, Uberlândia tem 26 bolsões com 156 mil m² de extensão, entre o Custódio Pereira e o centro empresarial leste, que juntos armazém 460 mil m³ de águas pluviais, o que corresponde ao consumo de água de 10 dias da cidade. A responsabilidade por construir os bolsões é das loteadoras e fica a cargo do Dmae fazer a manutenção, depois de dois anos da inauguração do empreendimento.