Padroeira do Brasil: de Capela a Santuário, templo foi erguido no primeiro loteamento feito pela ITV Urbanismo


Antes mesmo da ITV Urbanismo criar, em 1938, seu primeiro loteamento, a Vila Brasil, uma modesta capelinha em homenagem a Nossa Senhora da Aparecida foi construída em um ponto daquela área, ainda tomada pelo cerrado. Hoje, o local dá lugar ao suntuoso Santuário dedicado à padroeira do Brasil, que tem o seu dia comemorado nesse 12 de outubro.

A capela de Nossa Senhora Aparecida foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1931, por Dom Luiz Maria de Santana, então bispo diocesano. A missa inaugural foi celebrada pelo pároco cônego Albino de Figueiredo Miranda e assistida por um número grande de fiéis, entre eles autoridades, como o juiz de direito da Comarca, Arnaldo Orlando Teixeira.

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Um dos primeiros ocupantes daquele ponto da cidade, que mais parecia uma zona rural, foi o comerciante Salvador Melazzo, um dos responsáveis pelo surgimento da capela. Em 1928, ele construiu por ali uma serraria de madeira e incentivou os amigos, Osório Mendonça Ribeiro e Carmo Turbiano, a também adquirirem pedaços de terra. Na época, o local se chamava Vila Operária, que foi englobada pela Vila Brasil e, com a construção da igreja, passou a se chamar bairro Nossa Senhora da Aparecida.

Em 7 de dezembro de 1928, com autorização de Dom Antônio Almeida de Lustosa, bispo diocesano de Uberaba, já que Uberlândia teve diocese própria somente em 1961, iniciou-se a construção da capela. Para isso, foi feita uma comissão formada por Salvador Melazzo e Conrado de Brito.

De acordo com o historiador Tito Teixeira, no livro “Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central”, no local, levantaram um cruzeiro de aroeira, pintado a óleo, no centro de uma alvenaria. De frente, ergueram um coreto, onde colocavam as prendas durante as festas religiosas. A comissão organizou listas confiadas às senhoras que colhiam somas em dinheiro para a obra da igreja.

A família Melazzo deu à capela três imagens, do Senhor dos Passos, do Senhor Morto e da Senhora das Dores. O sino de bronze, oferecido por Tito Teixeira, foi fundido nas oficina Cesário Crosara & Filhos, a mesma que fundiu o canhão Emílio, um dos responsáveis pela vitória mineira sobre os goianos na Revolução de 1930.

Em abril de 1945, foi nomeado o primeiro vigário da paróquia, o padre João Batista Balke, nascido na Tchecoslováquia. Como a cidade cresceu muito, foi necessária uma ampliação e, em 11 de novembro de 1952, foram iniciadas as obras em volta da própria capela, para que as pessoas pudessem continuar assistindo às missas. A planta da igreja foi projetada por Luiz Rocha e Silva e a execução entregue a Sílvio Rugane. De frente, tinha um campinho de futebol, onde as crianças do bairro jogavam bola, com a condição que fossem às celebrações.

Em 7 de setembro de 1956, foi entronizada a imagem de Nossa Senhora Aparecida, vinda do Santuário Nacional de Aparecida do Norte, no estado de São Paulo. Em 26 daquele mesmo mês, foi também inaugurada a nova matriz, com um vitral representando a pesca milagrosa da imagem da santa.

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Na época, surgiu a figura de padre Mário Forestan, que se incumbiu de fazer as obras complementares, como do salão paroquial Dom Bom Bosco, onde se faziam teatros, sessões de cinema e festas. Foi ele também quem construiu, ao lado, o Colégio Cristo-Rei, que marcou uma geração. Ainda a pedido do religioso, o prefeito Afrânio Rodrigues da Cunha iniciou o ajardinamento da praça de frente e o seu sucessor, Geraldo Ladeira, construiu o coreto e pôs calçada e iluminação.

Em 10 de outubro de 2004, a igreja passou a ser Santuário, após uma reforma e ampliação que durou quase 2 anos, com o trabalho do artista plástico Cláudio Pastro e recursos doados pela comunidade. Na época, era bispo Dom José Alberto Moura. Hoje, o local é um centro de peregrinação e recebe devotos de várias partes do Brasil.

Fonte: Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central – Tito Teixeira


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